A Farra dos Planos

Lucros recordes no 1º trimestre desmontam discurso de crise das operadoras de saúde

A farsa da crise ruiu. Os planos de saúde que alegam dificuldades financeiras estão, na verdade, surfando na maré de lucros bilionários — e quem paga a conta é o consumidor. Somente entre janeiro e março de 2025, as operadoras médico-hospitalares lucraram R$ 6,9 bilhões. Isso mesmo: quase R$ 7 bilhões em apenas três meses. Se esse ritmo se mantiver, o setor pode encerrar o ano com um lucro histórico de R$ 24 bilhões — mais que o dobro do faturamento já escandaloso de R$ 11 bilhões em 2024.

Esses números desmascaram de forma definitiva o discurso das operadoras, que tentam justificar reajustes abusivos, cancelamentos arbitrários e negativas de cobertura com a ideia de que estão “à beira do colapso”. A verdade é outra: o sistema nunca esteve tão lucrativo.

A própria ANS confirmou que o lucro operacional — aquele que não considera ganhos com aplicações financeiras — mais que dobrou em relação ao mesmo período do ano passado, saltando de R$ 1,87 bilhão para R$ 4,4 bilhões. Considerando também os planos odontológicos e as administradoras de benefícios, o setor acumulou R$ 7,1 bilhões de lucro no trimestre.

E o tão falado custo da judicialização? As operadoras insistem que ações judiciais estão “desestruturando” o setor. Mas os dados da ANS mostram o contrário: os gastos com demandas judiciais representaram apenas 1,23% da receita obtida com mensalidades. E o pior: 62,4% dessas ações existem porque os planos descumprem os próprios contratos. O beneficiário vai à Justiça para ter acesso ao que já contratou — e ainda é culpado pela “crise”.

A Comissão de Direito Médico e da Saúde da OAB-SP foi direta: operadoras vêm desrespeitando decisões judiciais de forma recorrente, criando um cenário de impunidade e desconfiança. A consequência é grave: o cidadão não consegue confiar nem no plano, nem na Justiça.

Enquanto isso, as operadoras acumulam R$ 128 bilhões em caixa. E mais da metade desse valor é recurso livre, sem exigência regulatória. Isso significa que, mesmo diante de um suposto risco, as empresas mantêm sobra de dinheiro — mas continuam negando exames, tratamentos, cirurgias e internações.

Outro número que revela o desequilíbrio é a sinistralidade: a proporção entre o que o plano gasta com saúde e o que arrecada com mensalidades. Nas grandes operadoras, caiu para 74,4%, voltando ao patamar anterior à pandemia. Já nos planos de autogestão, que atendem grupos fechados e não visam lucro, a sinistralidade chegou a 93,3%, refletindo o impacto do envelhecimento dos usuários.

Segundo a ANS, essa queda geral se deve aos reajustes mais altos aplicados nos últimos dois anos. Ou seja, os planos estão gastando menos e cobrando mais — fórmula perfeita para lucros recordes.

Não por acaso, aumentaram drasticamente as reclamações formais dos consumidores. As chamadas Notificações de Intermediação Preliminar (NIPs), que mediam conflitos entre operadoras e beneficiários, saltaram de 91.875 em 2019 para mais de 301 mil em 2023. Em 2025, só até abril, já foram registradas quase 87 mil queixas por negativa de cobertura.

Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), os planos de saúde transformaram o argumento da “sustentabilidade” em escudo para encobrir práticas abusivas — especialmente nos contratos coletivos, onde os reajustes são violentos e os cancelamentos ocorrem sem justificativa. A entidade destaca que os dados da ANS comprovam que não há crise financeira, e que a judicialização é, na verdade, o reflexo de um mercado que viola sistematicamente os direitos dos pacientes.

É hora de encarar os fatos: o lucro bilionário dos planos de saúde não vem da boa gestão, mas do aumento de preços, da negação de coberturas e do desrespeito a contratos. E quem sofre com isso é o cidadão que paga caro por um serviço que, cada vez mais, entrega menos.

Como advogados, nosso papel vai além de apresentar a melhor técnica jurídica. Também cabe a nós orientar, aconselhar e mostrar com clareza o caminho que pode corrigir essas injustiças. Se você tem um plano empresarial que é utilizado apenas pela sua família, não há dúvidas: você sofreu aumentos indevidos nos últimos três anos. E isso não só é ilegal, como é reversível. Você tem o direito de reaver esse prejuízo — com correção monetária, aplicação de juros e a reparação devida.

E falando em especialistas, aqui na AV Advogados temos uma equipe com atuação exclusiva em direito da saúde pronta para te atender. Optamos por não cobrar consulta justamente para oferecer uma análise gratuita do seu caso — com estimativas claras, riscos, vantagens e chances de sucesso. Após essa avaliação, a decisão é sua. Mas o primeiro passo é agora.

Esse artigo possui caráter meramente informativo.

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